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Este subprojeto de Licenciatura em Ciências Sociais, no âmbito do Projeto de Iniciação à Docência (PIBID-CAPES), justifica-se pela obrigatoriedade da disciplina Sociologia no currículo do ensino médio, decorrente de reformulação normativa recente que reincluiu a Sociologia na educação básica como componente curricular, mediante a homologação do Parecer 38/2006 do Conselho Nacional de Educação (CNE). A reintrodução da Sociologia na educação básica, após sucessivas descontinuidades, constituiu um momento ímpar para a construção de novos consensos na comunidade de professores acerca de conteúdos, metodologias e recursos didáticos a favorecer sua concretização (MEC/SEB, 2006). Neste empenho, escola e universidade são chamadas a trabalhar em cooperação.

 

Este subprojeto de Licenciatura em Ciências Sociais (Sociologia) tem como objetivo a formação de futuros docentes de sociologia do ensino médio, bem como a formação continuada de professores da educação básica. Nesse sentido, o investimento na geração de professores nela formados tende a ter efeito direto, quer na consolidação da licenciatura em ciências sociais da UFES, quer na melhoria da qualidade da educação básica pública do Espírito Santo. 

 

A disciplina Sociologia, como campo disciplinar específico das Ciências Sociais, desempenha papel fundamental na formação dos jovens no ensino médio, dentre outros, contribuindo para o aprendizado da cidadania e para o desenvolvimento do pensamento crítico dos educandos, conforme preconizado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB Nº 9.394/96). Sua efetivação como disciplina na educação básica, porém, requer o desenvolvimento de procedimentos mais objetivos e concretos, a fim de possibilitar o acesso do educando a conteúdos científicos (clássicos ou contemporâneos) de caráter elaborado acerca de temas da realidade social, política e cultural.

 

No ensino médio, a Sociologia exerce a função de promover a “desnaturalização” das explicações dos fenômenos sociais, revelando seu caráter histórico e correlacionado à ação humana (MEC/SEB, 2006). O “estranhamento” e a problematização da realidade como práticas investigativas que leva o educando a revisitar conceitos, saberes e visões de mundo antes tomadas como incontestáveis compreende a elaboração mesma do pensamento crítico e da atitude científica que supõe que o conhecimento é necessariamente passível de ser comunicado, dialogado e refutado. Na valorização da “imaginação sociológica” (Wright Mills), supõe-se que os jovens alunos são instrumentalizados para pensar criticamente a realidade vivida e percebida, capacitados à percepção da historicidade na explicação dos fenômenos sociais, políticos e culturais nos quais se encontram imersos. 

 

No ensino da Sociologia na educação básica, as traduções e mediações são imprescindíveis para que o processo ensino-aprendizagem se concretize qualitativamente. Entre o nível superior de ensino e o ensino médio os desafios postos ao magistério da sociologia são incontáveis exigindo a readequação dos termos de linguagem, objetos, conceitos, teorias e temas da ciência sociológica ao universo cognitivo dos jovens e ao espaço formativo da escola. Nesse propósito, os conteúdos clássicos e contemporâneos da Sociologia, também da Antropologia e Ciência Política – as três disciplinas a conformar as Ciências Sociais em sentido estrito – devem ser traduzidos numa linguagem adaptada à fase de aprendizagem dos educandos e que considere o contexto de ensino e a construção de saberes escolares. Esta tarefa ainda é um ponto nevrálgico das Licenciaturas em Ciências Sociais no Brasil, enfrentado cotidianamente na formação dos futuros docentes, tendo no maior entrosamento universidade-escola a única via para sua realização com êxito, uma vez que permite o aperfeiçoamento das mediações pedagógicas a promover mudanças nas práticas de ensino e nos recursos didático-pedagógicos visando à superação dos problemas existentes no processo ensino-aprendizagem.

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Este subprojeto assume perspectiva crítica quanto às práticas de ensino e recursos didáticos arraigados, e busca desenvolver experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docente inovadora e interdisciplinares. Nesse intuito, dinâmicametodológica alternativas serão experimentada por licenciandos e professores no tratamento de questões desafiantes do processo de aprendizagem discente identificadas no contexto escolar, como as oficinas sociológicas, as exposições de “varal” e as viagens de estudos articuladas ao treino da “imaginação sociológica” como prática cotidiana relevante à promoção da relação dos alunos com o meio vivido e da iniciação à pesquisa científica. Trata-se da valorização da inventividade e experimentação, da criatividade e inovação na construção de alternativas didático-pedagógicas voltadas à qualidade do ensino na educação básica.

 

Em suma, esta proposta de formação dos docentes de Sociologia da educação básica norteia-se pelos princípios de valorização do contexto/cultura escolar, da atitude investigativa no processo ensino-aprendizagem, da superação da dicotomia teoria-prática no exercício do magistério, do desenvolvimento de uma perspectiva crítica e reflexiva no tratamento dos conceitos, temas e teorias, e da valorização da inovação e da interdisciplinaridade na prática pedagógica docente, impactando no fortalecimento da educação básica e na qualidade do ensino.

SUBPROJETO PIBID CIÊNCIAS SOCIAIS - UFES

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